O uso de vape, ou cigarro eletrônico, tem crescido principalmente entre os jovens. Muitos acreditam que ele é uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional ou ao cigarro de palha, mas a ciência mostra que essa impressão pode custar caro para a saúde. Neste artigo, vamos explicar o que é o vape, os principais riscos associados ao seu uso e por que ele representa uma ameaça, especialmente para adolescentes e jovens adultos.

O vape, também conhecido como cigarro eletrônico, é um dispositivo que aquece um líquido, transformando-o em vapor para ser inalado. Esse líquido geralmente contém nicotina, aromatizantes e outras substâncias químicas. Apesar de ter surgido como uma alternativa para quem deseja parar de fumar, o vape traz riscos que muitas pessoas desconhecem.

O apelo visual, os sabores atrativos e a ideia de que o vape é uma opção ‘menos prejudicial’ que o cigarro tradicional fazem com que muitos adolescentes e jovens adultos se sintam seguros ao usar o cigarro eletrônico. A ausência de cheiro forte e a facilidade de compra, inclusive online, também contribuem para o aumento desse consumo.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o uso de vape entre adolescentes cresceu nos últimos anos. Pesquisas mostram que muitos começam a usar por curiosidade ou por influência de amigos, mas acabam desenvolvendo dependência de nicotina sem perceber.

1. Problemas respiratórios

Ao inalar o vapor, o usuário expõe os pulmões a uma série de substâncias químicas irritantes. Estudos apontam que o uso frequente de vape pode causar bronquite, tosse crônica, falta de ar e até danos permanentes ao tecido pulmonar. Casos de uma condição chamada EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de produtos de vaping) têm sido registrados em vários países.

2. Dependência da nicotina

Muitos líquidos de vape contêm altas concentrações de nicotina, o que pode causar dependência química. A nicotina altera o funcionamento do cérebro, principalmente em jovens, prejudicando o desenvolvimento de áreas relacionadas à atenção, memória e controle de impulsos.

3. Impactos no cérebro em desenvolvimento

O cérebro humano só termina seu desenvolvimento por volta dos 25 anos. Durante a adolescência e o início da vida adulta, o uso de nicotina pode afetar funções cognitivas, aumentar o risco de transtornos de humor e facilitar a dependência de outras substâncias no futuro.

4. Substâncias tóxicas no vapor

Ao contrário do que muitos pensam, o vapor do cigarro eletrônico não é composto apenas de água. Ele contém compostos como formaldeído, acroleína e metais pesados, todos eles com potencial cancerígeno ou tóxico para o organismo.

5. Pulmão de Pipoca

O Pulmão de Pipoca é o nome popular da bronquiolite obliterante, uma doença pulmonar grave causada por exposição ao diacetil, substância usada em aromatizantes de manteiga e presente em muitos líquidos de vape com sabores. A inalação frequente pode provocar inflamação e cicatrização dos bronquíolos, dificultando a passagem de ar para os pulmões.

Sintomas mais comuns do Pulmão de Pipoca:

  • Sensação de aperto no peito
  • Tosse persistente e seca
  • Falta de ar ao fazer esforço físico leve
  • Chiado no peito

6. Riscos cardiovasculares

A nicotina presente no vape aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, elevando o risco de doenças cardíacas, mesmo entre jovens saudáveis.

É comum ouvir que o vape é “menos perigoso” que o cigarro comum ou o cigarro de palha. De fato, alguns estudos indicam que o cigarro eletrônico pode ter menos alcatrão ou monóxido de carbono. Mas isso não significa que ele seja seguro.

Enquanto o cigarro tradicional está associado a doenças pulmonares, câncer e problemas cardiovasculares após anos de uso, o vape traz riscos agudos e crônicos que ainda estão sendo descobertos. Além disso, como a indústria de vapes é relativamente nova, muitos dos efeitos a longo prazo ainda não são totalmente conhecidos.

O mais preocupante é que, por parecer menos agressivo, o vape se tornou a porta de entrada para o vício em nicotina entre jovens que nunca fumaram um cigarro comum na vida.

Muitos pais não reconhecem os dispositivos de vape, que podem ter aparência de pen drives ou objetos inofensivos. Além disso, os líquidos aromatizados têm cheiro adocicado, dificultando a identificação.

Conversar abertamente com os filhos, buscar informação e reconhecer os sinais de uso são atitudes essenciais para prevenir o problema.

Se você ou alguém próximo já desenvolveu o hábito de usar vape, saiba que é possível parar. Algumas dicas incluem:

  • Buscar acompanhamento médico especializado.
  • Procurar terapias de cessação da nicotina.
  • Conversar com psicólogos que tratam dependências químicas.
  • Contar com o apoio de familiares e amigos.
  • Evitar ambientes e situações de gatilho.

Existem também linhas de apoio psicológico e serviços de saúde gratuitos que oferecem ajuda para quem deseja abandonar o vício.

Resumindo: o vape pode parecer inofensivo, mas os riscos são reais e preocupantes, principalmente entre os jovens. Seja você pai, mãe, educador ou um jovem que já usa o cigarro eletrônico, é importante entender os perigos e buscar ajuda, se necessário. A saúde sempre vem em primeiro lugar.